

Um dos mais respeitados trombonistas da cena brasileira, o arranjador Marlon Sette uniu uma constelação de grandes músicos contemporâneos para o seu primeiro disco, Fogo na Caldeira, com produção de Kassin e Mauro Araújo. Ao todo, o álbum tem dez faixas, entre composições de Marlon e parcerias com Claudio Zoli, Rogê, Kassin, Domênico Lancellotti, Alberto Continentino e Hyldon. Fogo na Caldeira é ritmo, swing, maturidade e até romance. É amizade, é sintonia e muito groove. É Marlon Sette mostrando que, além de óptimo trombonista, produtor e arranjador, sabe ser também compositor e dono de um disco para lá de especial.
Ricardo, Tomás e Vasco conheceram-se a jogar basquetebol, mas foi a música que os uniu. Formaram os Sogranora e, em 2019, lançaram o single Semilisboeta, cujo reconhecimento lhes permitiu, logo nesse ano, rodar por palcos importantes do país. A pandemia trouxe o EP Altivez e Castigo, de novo em registo pop, mas com uma vertente mais psicadélica e progressiva. Agora apresentam Amarílis, um trabalho que celebra a faceta indie pop da banda, com canções fora das convenções mas explorando melodias redondas que ficam no ouvido.
Jovens indígenas do povo hunikuin, da Amazónia brasileira, os Kayatibu fundem as tradições da sua cultura milenar com influências contemporâneas adquiridas noutros contextos, criando um rock da floresta, cru, potente e hipnótico. As canções, entre o punk e o lírico, envolvem o ouvinte numa aura cerimonial, com refrões emocionantes e grooves inusitados.
Bossa Nova e MPB foram os pilares do crescimento artístico de Malu Magri, cantautora influenciada por intérpretes como Elis Regina ou Nara Leão e compositores como Milton Nascimento, Caetano Veloso ou Djavan. Aos 26 anos, Malu prepara-se para lançar o seu aguardado primeiro álbum, Morrendo de Prazer, que apresenta em formato voz e violão na Casa da Música. Quem não a conhecer pode ficar a perceber a razão de a considerarem um dos nomes a ter em conta na nova geração de cantautores brasileiros.
Ritmos irregulares e grooves saborosos, numa viagem por vários pontos do mundo, da África à América Latina, da Oceania ao Médio Oriente. Já com quatro álbuns editados, os Olive Tree Dance – Oliver (didgeridoo), David Lacerda (bateria) e Hugo Otto (percussão e voz) – preparam-se para lançar o quinto, Water Return, na linha orgânica e vibrante dos anteriores, combinando sons ancestrais e ritmos contemporâneos.
Composições próprias e versões de canções, espelhando, nos seus arranjos, uma vasta mistura de influências, perfazem o trabalho dos Amantes do Tejo, cuja música é o espelho de uma Lisboa agregadora, lugar comum para diversas sonoridades, não só de Portugal mas de muitos outros lugares. Uma viagem na qual os músicos partilham experiências, criando um repertório único que aponta caminhos à nova música urbana.
Cantora e compositora brasileira, Aiace promove um diálogo entre a MPB, o jazz, a pop, o rock e as suas raízes ancestrais afro-baianas. De voz doce e expressiva, ela canta sobre temas atemporais, envolvendo o ouvinte numa seda musical de diferentes matizes e texturas. O seu primeiro disco a solo, Dentro ali (2017), seleccionado para várias listas de melhores do ano, projectou-a à escala internacional. Neste concerto, a artista apresenta o sucessor, Eu andava como se fosse voar, do qual por enquanto ainda só se conhecem quatro temas.
Cantautor pernambucano com amplo reconhecimento no Brasil, Raul Misturada vai no sétimo álbum de originais, tendo já produzido, ao longo da carreira, mais de 40 discos.
Os membros deste quinteto conheceram-se há um ano durante o programa de verão Five Week, na Berklee College of Music, tendo integrado o ensemble “all star” de jazz da iniciativa. Para o concerto desta noite trazem já vários temas originais.
Composto por artistas da região fronteiriça entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte, o colectivo Ferve é uma das grandes revelações dos últimos anos na música nordestina, fazendo uma simbiose perfeita entre raízes e tecnologia. Pioneiro na fusão de estilos populares paraenses com a vanguarda da pop, Felipe Cordeiro é um nome em destaque na cena contemporânea brasileira.
Compositor, violinista e cantor nascido no Rio de Janeiro, Sylvio Fraga lançou recentemente Robalo Nenhum, álbum de canções vibrantes, percussivas e poéticas que reuniu incontidos elogios da crítica e de vultos da música brasileira como Arto Lindsay ou o saudoso Letieres Leite.
Mississippi Gumbo é uma banda portuguesa de blues com raízes assentes na música americana da região do Mississippi, utilizando instrumentos característicos do blues roots tradicional como guitarra dobro, harmónica e washboard.
De volta à Europa, o cantor e compositor pernambucano André Rio apresenta Viva Pernambuco, espectáculo feito de frevo, MPB, bossa, samba, forró, maracatu, baião – tudo isso junto e mais ainda, com muito ritmo, melodias inspiradas, poesia e força interpretativa.
Trio de pesquisadoras, cantoras e percussionistas colombianas, La Perla verte bullerengue, cumbia, merengue, gaita e champeta crioula em canções de forte carga social e política. Vozes profundas e tambores tocados com atitude rock são também marcas distintivas deste projecto.
Criado entre Lisboa, Porto e Barcelona, MRCOMEDINA faz parte de uma nova linhagem de músicos que se destacam pela imprevisibilidade. Une referências da música tradicional afro-brasileira e afro-americana (blues/jazz). O seu álbum de estreia está previsto para breve.
Novo projecto de Duarte Appleton, Du Nothin inspira-se em Elvis Presley, Beatles e outros nomes marcantes das origens do rock, sem prejuízo de eleger também referências mais actuais, como os Arctic Monkeys. Numa escrita autobiográfica e ingénua, Duarte descreve as suas vivências e reflexões, sendo o EP que editou em Setembro do ano passado, Du Somethin, uma cabal demonstração de talento.
Tomando o acordeão como máquina de respirar, Lívia Mattos apresenta, em quinteto, o seu novo álbum, Apnéia, com uma sonoridade que reflecte excessos, faltas de ar, suspensões e suspiros. No desconforto dos tempos que vivemos, os temas cantados e instrumentais da artista instigam-nos a procurar novas formas de pensar e existir, pondo em movimento tudo o que aperta e sufoca.
Dizem-se operários da lusofonia que, a partir da sua fábrica de canções, observam a condição humana, exposta na virtude e no defeito. Amigos de escola, catequese e festas punk, Yuran, Gecko e Koala, os daguida, envolvem em batidas rock, ritmos africanos e guitarras bem talhadas um discurso tragicómico com que apelam, sempre enérgicos e espirituosos, a cada ser humano para fazer a sua parte da paz. Editaram o primeiro álbum, À Porta de Casa, em Abril de 2022.
CONCERTOS FORA DA CASA
Dois concertos de entrada livre oferecidos à cidade de Vila Nova de Gaia saúdam a chegada do Verão. O Coro Infantil Casa da Música partilha a primeira noite com o grande Coro Infantil Escolas, formado por centenas de crianças, num momento que se adivinha memorável.
A Fundação “la Caixa”, em parceria com o BPI, disponibiliza uma experiência de realidade virtual que coloca o espectador no cerne das emoções de um concerto, com música de Beethoven, Mahler e Bernstein.