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Música e Revolução

agenda

22.04
DARMSTADT: O JARDIM RELIGIOSO?
23.04
HINOS DO MUNDO
26.04
TANGERINE DREAM

Uma das bandas mais populares do século XX prestou-lhe homenagem e colocou-o na capa de um disco para ombrear com actores, cientistas, atletas e outras personalidades marcantes. Falamos do mítico álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, e o homenageado é, claro, Karlheinz Stockhausen, uma das figuras mais importantes do século passado, sem a qual a história teria sido outra. Pelo caminho encontra-se com Pierre Boulez e Bruno Maderna e a sua influência estende-se até aos dias de hoje.
Mas há neste percurso uma paragem obrigatória: Darmstadt!

em destaque

KARLHEINZ STOCKHAUSEN
BRUNO MADERNA
PIERRE BOULEZ
PORQUE PRECISAM OS MÚSICOS DE REVOLUÇÕES?
DIGITÓPIA

DARMSTADT: O

JARDIM

RELIGIOSO?

1.ª PARTE
Remix Ensemble Casa da Música
Lucas Vis direcção musical

Karlheinz Stockhausen Stop (versão de Paris)

 

2.ª PARTE
Orquestra Sinfónica
do Porto Casa da Música
Stefan Blunier direcção musical

Bruno Maderna Giardino Religioso
Pierre Boulez Notations I a IV e VII

22.04 sábado
18:00 sala suggia

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A figura de Stockhausen tutelou e alimentou as vanguardas do pós-Segunda Guerra Mundial. Este concerto apresenta obras deste e de compositores da sua esfera. A espacialidade sonora de Stop contrasta com as texturas das Notations de Pierre Boulez, amigo/rival de Stockhausen. As vanguardas italianas lideradas por Bruno Maderna emergem com uma obra muito particular, Giardino Religioso.

HINOS DO MUNDO

1.ª PARTE
Remix Ensemble Casa da Música
Lucas Vis direcção musical
Piet Van Bockstal oboé

Bruno Maderna Concerto n.º 1 para oboé
e ensemble
Pierre Boulez/Johannes Schöllhorn
Douze Notations

 

2.ª PARTE
Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música
Digitópia electrónica
Stefan Blunier direcção musical

Karlheinz Stockhausen Hymnen (3.ª Região)

23.04 domingo
18:00 sala suggia

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O Concerto n.º 1 para oboé e ensemble de Maderna é ilustrativo da tendência das vanguardas musicais para produzirem obras virtuosísticas para solistas. O arranjo das Douze Notations de Boulez intensifica o impulso criador da obra que associa a influência de Messiaen ao serialismo. A secção de Hymnen, obra para electrónica e orquestra baseada em hinos nacionais, encontrou em John Cage um dedicatário prestigiado, cuja abordagem marcou a produção de Stockhausen.

TANGERINE DREAM

Editado em fevereiro de 2022, Raum é o segundo álbum de estúdio dos Tangerine Dream desde a morte de Edgar Froese, que fundou a banda – um dos maiores expoentes do krautrock, junto com Kraftwerk – há mais de meio século. Segundo a Resident Advisor, este é mesmo “o melhor disco dos Tangerine Dream em décadas”, um elogio impactante tendo em conta a enorme importância do grupo alemão na história da música electrónica. Se há concertos a não perder, aqui está um deles.

26.04 quarta
21:30 sala suggia

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DARMSTADT

Darmstadt foi o epicentro de um importante movimento musical do século XX. Na pequena cidade alemã acontecia, em 1946, a primeira edição do Curso Internacional de Verão para a Nova Música, com debates, palestras e concertos que pensavam a música após a tragédia e a violência da II Guerra Mundial. Aqui emerge a chamada Escola de Darmstadt, altamente conectada às novas correntes estéticas europeias, em especial ao serialismo integral e ao pós-serialismo.

Karlheinz
Stockhausen

Karlheinz Stochkausen (1928-2007) representa uma das figuras essenciais da Escola de Darmstadt, tendo frequentado a partir de 1951 os célebres Cursos de Verão, primeiro como aluno e depois como professor. Ao longo da sua carreira manteve-se sempre próximo do evento, dando importantes contributos para que este se consolidasse como um dos principais espaços para a exploração de novas ideias e técnicas na música contemporânea.

Nascido em Mödrath, Alemanha, Stockhausen foi um dos artistas mais importantes do século XX. Apesar de não ter sido o pioneiro da música electrónica, foi um dos mais profícuos a utilizar os sons electrónicos na sua música, explorou também novas formas de notação musical e combinou elementos de diferentes culturas. Destaca-se ainda o uso da espacialização, procurando criar assim um ambiente sonoro imersivo.

Activo enquanto pensador e pedagogo, Stockhausen fundou e dirigiu em Colónia os Cursos para a Nova Música, em 1963, que dariam origem ao Instituto para a Nova Música. Foi no contexto de uma palestra que o compositor criou Stop, em 1965. Ilustrando o seu raciocínio complexo, a obra divide-se em 42 secções, relacionando-se cada uma delas com a Sequência de Fibonacci, o matemático italiano da Idade Média.

Hymnen foi composta no final dos anos 60 e é dividida em quatro andamentos, a que Stockhausen chamou de Regiões. Cada uma dessas “regiões” utiliza hinos pré-gravados de várias nações e teve como objectivo apelar à união de todos os povos, num tempo especialmente conturbado. Dedicada a John Cage, a terceira região inclui os hinos da União Soviética, dos Estados Unidos da América e de Espanha.

Nr. 18½ Group I: oboe, piano, synthesizer Group II: synthesizer, trumpet, cello Group III: vibraphone + tamtam, bass clarinet, electric cello Group IV: cor anglais, synthesizer, bassoon Group V: clarinet, violin, harp, trombone Group VI: flute, electric bassoon, horn

BRUNO MADERNA

Terá sido em meados de 1952, numa edição dos Cursos de Darmstadt, que Bruno Maderna e Karlheinz Stockhausen se conheceram. Anos antes, Maderna (1920-1973), já importante e estabelecido compositor, participara pela primeira vez no evento para apresentar uma obra sua. Mais tarde trabalharia com Stockhausen e Boulez na apresentação de Gruppen, mas é com Luciano Berio que dá um importantíssimo passo: fundam juntos o Estúdio de Fonologia da RAI, em Milão, essencial no desenvolvimento da música electrónica em Itália. Maderna deixaria uma inestimável marca como compositor, mas também como maestro e professor.

“(…)depois de um certo tempo, o maestro poderá iniciar sua própria improvisação com as cordas (as harpas sempre continuando de forma independente). Tem à sua disposição cinco estruturas que poderá executar e repetir à sua vontade, indicando o número de encomenda com os dedos da mão esquerda.”

O título Giardino religioso tem várias conotações, referindo-se, por exemplo, “a algumas indicações da partitura – como o maestro ter de tocar diferentes instrumentos e em distintas zonas do palco, quase como se passeasse por um jardim musical”.

O Concerto n.º 1 para oboé e ensemble foi estreado em Darmstadt, em 1962, e incluía fita magnética. No ano seguinte o compositor escreveu uma nova versão, sem fita magnética, mas onde consegue evocar as sonoridades da música electrónica. Obra de profundo lirismo, pede um número infindável de instrumentos de percussão provenientes de várias partes do mundo.

PIERRE BOULEZ

É numa edição dos Cursos de Darmstadt que o jovem Stockhausen conhece Pierre Boulez (1925-2016), na altura com 27 anos. Ao lado de Stockhausen, o compositor francês é uma das grandes figuras da Escola de Darmstadt. Nascido em Montbrison, deixou um importante legado como compositor, mas também como maestro e investigador. Trabalhou intensamente o serialismo, baseado na organização sistemática de notas, ritmos e outros parâmetros musicais.

Primeira obra de Boulez, na altura com 20 anos, Douze Notations foi escrita para piano solo. São doze pequenas peças, cada uma com doze compassos a partir de uma série de doze notas. Objecto de muito trabalho, as peças ganharam versões orquestrais, com uma forma inteiramente nova, transformando-se então em Notations I-IV e Notations VII.

TANGERINE DREAM

A invenção de uma série de técnicas para a manipulação do som electrónico, como a utilização de filtros, distorções ou modulações, foi incorporada na música da banda alemã Tangerine Dream, criada em Berlim em 1967 por Edgar Froese, Klaus Schulze e Conrad Schnitzler.

DIGITÓPIA

Concebido em parceria com a Braga Media Artes, o 0+1=som é um software pedagógico com o objectivo de estimular a criação musical através da lógica e dos princípios básicos da programação.

Aproveite esta ferramenta para criar música e partilhe o resultado nas suas redes sociais, com a hashtag #digitópia01som, identificando a @casadamusicaporto.