Dificilmente alguém poderá esquecer a experiência de conhecer a Elektra de Richard Strauss (1864-1949). A excentricidade musical desarmante e o drama gráfico e violento fizeram dela um ponto culminante do modernismo na ópera. As convenções da linguagem tonal são nela forçadas até ao limite, numa partitura densa, virtuosística e fiel a um substrato emocional e psicológico.
Os mitos fazem parte do imaginário colectivo. Frequentemente revisitados e transformados, encontram-se na génese da ópera e forneceram muitos argumentos para grandes obras sinfónicas ou bailados. O ciclo Música e Mito congrega três concertos que evocam a herança cultural da Antiguidade Clássica.