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Música e Mito

agenda

04.03
ELEKTRA
05.03
MITOS NA ÓPERA BARROCA
10.03
PROMETEU
12.03
O AMIGO DOS HOMENS · concerto comentado

Os mitos fazem parte do imaginário colectivo. Frequentemente revisitados e transformados, encontram-se na génese da ópera e forneceram muitos argumentos para grandes obras sinfónicas ou bailados. O ciclo Música e Mito congrega três concertos que evocam a herança cultural da Antiguidade Clássica.

em destaque

ELEKTRA
MITOS NO ÓPERA BARROCA
PROMETEU
CONCERTO-COMENTADO

ELEKTRA

Frequentemente revisitados e transformados, os mitos gregos encontram-se na génese da ópera. Richard Strauss retomou a narrativa de Sófocles, posicionando-a no Modernismo de cariz expressionista. O libreto do poeta simbolista Hugo von Hoffmanstahl, a orquestração magistral de Strauss e a escrita vocal desafiante contribuem para a intensidade dramática de Elektra, obra emblemática da primeira década do século XX. Antiguidade e Modernismo numa leitura tensa e expressiva da interioridade humana.

ópera versão concerto

 

ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA
CORO CASA DA MÚSICA
STEFAN BLUNIER direcção musical
LISE LINDSTROM soprano dramático (Elektra)
MONIKA BOHINEC meio soprano (Clitemnestra)
JEFF MARTIN tenor (Égisto)
ALLISON OAKES soprano (Crisotémis)
BOAZ DANIEL barítono (Orestes)
LUÍS RENDAS PEREIRA baixo (preceptor de Orestes)
EVA BRAGA SIMÕES soprano (confidente)
ÂNGELA ALVES soprano (caudatária; vigilante)
BERNARDO PINHAL tenor (jovem criado)
NUNO MENDES baixo (velho criado)
NÉLIA GONÇALVES contralto (primeira criada)
MARIA JOÃO GOMES meio soprano (segunda criada)
JOANA VALENTE meio soprano (terceira criada)
LEONOR BARBOSA DE MELO soprano (quarta criada)
ANA CASEIRO soprano (quinta criada)
RICHARD STRAUSS Elektra (ópera em um acto)

O MITO DE ELEKTRA

Na mitologia grega, Elektra é filha do rei Agamenón de Micenas (figura que terá liderado o célebre cerco à cidade de Tróia) e de Clitemnestra, e irmã de Ifigénia, Crisotémis e Orestes. Ifigénia terá sido sacrificada pelo próprio pai em troca de protecção em Tróia. Depois do longo período de cerco àquela cidade, o rei Agamenón regressou a Micenas e foi assassinado por Clitemnestra e Egisto, o seu amante. Elektra começa então a nutrir um ódio por Egisto e pela mãe, por esta ter tirado a vida do seu próprio pai. A partir desse momento, Elektra viveu atormentada pelo desejo de vingança, que se consumará com o regresso do seu irmão Orestes.

O mito de Elektra inspirou Sófocles, Eurípedes e muitos outros, que apontam perspectivas diferentes da história. É a partir da tragédia deste primeiro, Sófocles, que o poeta Hugo von Hofmannsthal escreveu a sua peça e que, por sua vez, seria adaptada por Richard Strauss.

MITOS NA ÓPERA BARROCA

A Orquestra Barroca Casa da Música apresenta obras instrumentais retiradas de óperas francesas e inglesas, num périplo entre imaginários mitológicos e lendários.

ORQUESTRA BARROCA CASA DA MÚSICA
LAURENCE CUMMINGS direcção musical
ÉLISABETH JACQUET DE LA GUERRE Suite de Cephale et Procris JEAN-PHILIPPE RAMEAU Suite de Castor et Pollux; Suite de Dardanus HENRY PURCELL The Fairy Queen; King Arthur (excertos)

A ópera séria do Barroco assentava em mitos. Neste concerto, apresentam-se obras instrumentais retiradas de óperas francesas e inglesas. O papel da dança destaca-se nas duas tradições, encarnando a sofisticação e a etiqueta cortês. A recuperação da obra dramática da compositora Élisabeth Jacquet de La Guerre marca o concerto, dominado por peças canónicas do repertório, das pioneiras óperas e semi-óperas de Purcell às polémicas produções de Rameau.

O MITO DE CASTOR E POLLUX

Segundo o mito, Zeus, o rei do Olimpo, apaixonou-se pela belíssima Leda, mas esta, sem qualquer interesse, não correspondeu ao seu amor. Diante a recusa de Leda, Zeus transforma-se num cisne e aproxima-se da sua apaixonada, deixando-a acaricia-lo. Nove meses depois, nascem do ventre de Leda dois ovos, um de Zeus e o outro de Tíndaro, seu companheiro. Cada ovo resultou em dois nascimentos: Helena (de Tróia) e Pólux, ambos imortais, e Clitemnestra e Castor, mortais. Pólux e Castor foram vivendo muitas aventuras, entre elas, o confronto com outros dois gémeos: Idas e Linceu. Desse conflito resultou a morte de Castor. Porém, Pólux não queria viver sem o seu irmão. Zeus aprovou então que os dois gémeos voltassem a ficar juntos com uma condição: metade do ano teriam de viver no Olimpo e a outra metade no reino de Hades.

Além disso, e como forma de celebrar o amor fraterno, Zeus transformou-os na constelação de Gémeos, eternizando-os assim no firmamento. São essas duas estrelas, Castor e Pollux, que ajudaram ao longo dos séculos os homens na navegação, tornando-se numa espécie de padroeiros dos navegantes.

Em 1737, Jean-Phillipe Rameu compôs Castor et Pollux e partir do libreto de Pierre-Jospeh Justin Bernard, abordando a vida dos dois irmãos.

PROMETEU

O ciclo termina com a visão de Christian Zacharias de As Criaturas de Prometeu, o único bailado escrito por Beethoven. O titã que, desobedecendo aos Deuses, se atreveu a dar o fogo à Humanidade não poderia ser mais fadado para a genial pluma que musicou “Alle Menschen werden Brüder”.

ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA
CHRISTIAN ZACHARIAS direcção musical
CHRISTINA DALETSKA soprano
LUDWIG VAN BEETHOVEN As Criaturas de Prometeu (Suite de Christian Zacharias) JOSEPH HAYDN Cena de Berenice ROBERT SCHUMANN Sinfonia n.o 1 em Si bemol maior, op. 38, “Primavera”

O MITO DE PROMETEU

Depois da criação do céu e da terra pelos deuses, chegou o gigante Prometeu que, com argila e água, fez os humanos à imagem dos deuses. Atena, a deusa da sabedoria, insuflou nos humanos o espírito. Pouco tempo depois os humanos começaram a multiplicar-se pela terra e Prometeu encarregou-se de lhes ensinar tudo o que fosse indispensável à sobrevivência: a agricultura, a pesca, o comércio, a astronomia e muito mais. Mas ficava a faltar-lhes algo muito importante: o fogo, que lhes havia sido negado por Zeus. Para ajudar os humanos, Prometeu trouxe o fogo à terra, contrariando a vontade de Zeus. O deus, enfurecido, condena o gigante a ficar acorrentado no alto do monte Cáucaso. Todos os dias, durante 30 mil anos, seria atacado por uma águia que lhe destruiria o fígado. Como o gigante era imortal e o seu fígado se regenerava, o suplício reiniciava-se a cada dia. Prometeu permaneceu assim até o momento em que Hércules o libertou, substituindo-o pelo centauro Quíron.

A mais conhecida representação do mito é do dramaturgo grego Ésquilo. Em 1800, Beethoven recebeu uma encomenda para escrever uma peça para um bailado baseado no mito de Prometeu, com coreografia do célebre dançarino Salvatore Vigano.

concerto-comentado O AMIGO DOS HOMENS

ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA
JOÃO DELGADO LOURENÇO narrador
CHRISTIAN ZACHARIAS direcção musical
LUDWIG VAN BEETHOVEN As Criaturas de Prometeu (Suite de Christian Zacharias)

Na mitologia grega, Prometeu foi o titã que roubou o fogo do Olimpo e o deu aos humanos. Como castigo, foi condenado a uma pena dolorosa. Beethoven escreveu um bailado sobre esse mito. Neste concerto para famílias, faz-se uma leitura abreviada dessa obra, num ambiente descontraído e didáctico pleno de descobertas que ligam o som à história.

ELEKTRA OU O SOM DA VINGANÇA

By Música e Mito

Dificilmente alguém poderá esquecer a experiência de conhecer a Elektra de Richard Strauss (1864-1949). A excentricidade musical desarmante e o drama gráfico e violento fizeram dela um ponto culminante do modernismo na ópera. As convenções da linguagem tonal são nela forçadas até ao limite, numa partitura densa, virtuosística e fiel a um substrato emocional e psicológico.

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